quarta-feira, 23 de junho de 2010

copa do mundo, p.II

Enfim, a Copa do Mundo chega a seu momento crucial. Jogos em mata-mata e, infelizmente para quem se acostumou a três ou quatro jogos por dia, agora teremos dias sem jogos. Surpresas, afirmações e decepções marcaram a primeira Copa no continente africano. E também o primeiro texto colaborativo aparece aqui no VamoQueVamo.

No grupo A, Uruguai e México avançam e mostram a força do futebol da América. Forlán, vice-artilheiro da Copa, parece à vontade como o centro da equipe: corre, marca, cruza, chuta, faz assistências e gols. A Celeste Olímpica volta a avançar de fase após 20 anos. Já o México aposta nos jovens Giovanni dos Santos e Vela, e nos experientes Rafael Márquez e o intocável Blanco para deixar de ser apenas um coadjuvante em Copas do Mundo.

Também do grupo A vem uma das maiores decepções da Copa 2010: o fraco desempenho da França. Chegando ao Mundial com um gol graças à ajuda da mão de Henry, a seleção parece que sentiu o peso de estar disputando a competição tendo entrado pela porta dos fundos. Saiu da Copa tendo marcado somente um gol, e levando na bagagem a dispensa de Anelka durante o mundial, brigas no elenco e a ameaça de perder alguns de seus principais patrocinadores. A Irlanda se sentiu vingada.

No grupo B, a Argentina volta a sonhar com uma conquista que não vem há 24 anos, graças a seus dois pibes: Maradona e Messi. Maradona conseguiu implantar uma filosofia de trabalho que uniu os jogadores, e Messi espera mostrar pela seleção todo o brilhantismo do futebol que demonstra no Barcelona. Já a Coréia do Sul , que parece ter aprendido a jogar futebol, liderada por Park Ji-Sung, espera repetir o incrível feito de 2002, quando terminaram o mundial em quarto lugar.

No grupo C, os colonizadores e os colonizados passam de fase. Inglaterra e Estados Unidos avançam sem ter demonstrado um futebol convincente. Precisam melhorar seus desempenhos, ou correm o risco de parar logo nas oitavas, já que enfrentam, respectivamente, as boas equipes da Alemanha e Gana.

Do grupo D, a Alemanha, depois de um 4x0 na Austrália, perdeu para a Sérvia e encontrou dificuldades para ganhar da boa equipe de Gana. A esperança alemã fica por conta do jovem Özil e dos não-tão-jovens-mas-ainda-jovens Podolski e Schweinsteiger. Já os ganeses novamente avançam às oitavas, como em 2006. Mas ao contrário da Copa da Alemanha, quando enfrentaram o Brasil pelas oitavas, agora as chances de avançar de fase são maiores, pois enfrentam os Estados Unidos.

Pelo grupo E, a Holanda com 100% de aproveitamento, e ainda sem Robben, conta com seu bom sistema ofensivo, já que o sistema defensivo não é lá dos melhores. E o Japão novamente classifica-se para as oitavas, assim como na Copa de 2002. Sempre tem um grupo que o cara acompanha menos durante a Copa, e foi o caso desse grupo E. Esperamos a compreensão de vocês. :)

Pelo grupo F, algumas surpresas. A Nova Zelândia, candidata a ser uma das piores seleções do mundial, não perdeu. Mais: terminou a Copa à frente da Itália, que foi eliminada com 2 empates e 1 derrota para a Eslováquia. A eliminação da Itália, pior campanha da Azzurra na história das Copas, expõe um problema também visto no futebol inglês: a falta de atletas nacionais nos times de ponta de seu país (Milan e Inter, Liverpool, Manchester United e Arsenal) gera uma alta taxa de importação de atletas estrangeiros, o que acarreta em uma baixa revelação de jogadores promissores que possam vir a defender a seleção. E também a alta média de idade das equipes, que, por não revelarem jovens (e bons) jogadores, vão à campo com times muito experientes. Como vencedores do grupo F, Paraguai e Eslováquia avançam às oitavas. O Paraguai enfrenta agora mediana equipe japonesa, com chances reais de passar às quartas de final pela primeira vez. A Eslováquia , em sua primeira Copa após a separação da República Tcheca, aposta no talento do jovem Hamsik e de um dos artilheiros da Copa, Róbert Vittek, para tentar surpreender a Holanda.

A língua portuguesa prevaleceu no grupo G. O Brasil não demonstrou o futebol que todos esperavam, porém não é essa a proposta de Dunga, que ao fechar um time em torno de um objetivo e barrar jogadores 'de fora', implantou uma proposta de trabalho para o grupo de jogadores, que parece estar disposto a cumprir. Ponto negativo para o desempenho abaixo do esperado de Kaká, ainda um pouco fora de ritmo de jogo. Já Portugal, de Cristiano Ronaldo (eleito 3 vezes pela FIFA como o melhor do jogo nessa Copa), precisa mostrar um futebol convincente contra equipes mais qualificadas técnica e taticamente, pois só venceu a Coréia do Norte.

Se pelo grupo G prevaleceu a língua portuguesa, pelo H duas seleções que hablan español passam às oitavas. A Espanha, após perder para o ferrolho suíço na estreia, venceu as partidas seguintes e alcança a liderança do grupo. David Villa começa a mostrar o faro de gol, e já é artilheiro da Copa do Mundo, ao lado de Higuaín da Argenitna e Vittek da Eslováquia. E a boa equipe chilena, que se mostrou mais consistente nessa Copa do Mundo, consegue terminar o feito da América do Sul, classificando todas as suas seleções para a próxima fase.

Sendo assim, após as surpresas e decepções, os confrontos das oitavas de final da Copa do Mundo FIFA 2010™ são:

26/06 > 11h00 - Uruguai x Coréia do Sul; 15h30 - Estados Unidos x Gana
27/06 > 11h00 - Alemanha x Inglaterra; 15h30 - Argentina x México
28/06 > 11h00 - Holanda x Eslováquia; 15h30 - Brasil x Chile
29/06 > 11h00 - Paraguai x Japão; 15h30 - Espanha x Portugal


Se alguém quiser arriscar quem passa para as quartas, os comentários estão a disposição. Quem acertar ganha um parabéns.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

craque. Wanted, dead or alive!

Estava eu cá pensando com meus botões para a seguinte situação: a vulgarização das palavras. Torná-las vulgares, populares, corriqueiras, tão corriqueiras que perdem o seu real valor.

Muito se fala da vulgarização do 'eu te amo', da vulgarização do amor. Mas há outra onda em movimento, esta no futebol: a vulgarização do craque. Não a sua utilização à la Silvio Luiz, que chama qualquer jogador que balança o capim do fundo das metas dos guarda-redes de craque. Mas a constante busca por considerar qualquer jogador um pouco mais destacado de craque.

Prestando atenção nos comentários da Copa da África, surgem alguns jogadores que já são considerados craques pela imprensa esportiva: Özil da Alemanha, Gourcuff da França, Hamsik da Eslováquia, chegando ao ponto de eu ter que ler que o alemão Klose é um craque. Peraí, tem coisa errada. São todos bons jogadores, alguns com um excelente futuro como Özil, e outros podendo alcançar marcas respeitáveis, como Klose em busca da artilharia de todos os tempos em Copas do Mundo. Mas algo está errado quando se procura, a todo custo, achar um craque, um novo Pelé, um novo Maradona.

Nessa Copa de 2010, e por que não, no futebol de hoje, somente um jogador pode vir a integrar uma lista de craques como Pelé, Maradona, Cruyff, Di Stefano, Paolo Rossi, Platini e outros tantos: El Pulga, Lionel Messi. Aos 22 anos, ele já conquistou quase tudo que um atleta almeja para uma carreira inteira. Só lhe falta um grande título pela seleção argentina.

Diz-se que o craque é aquele que executa determinada tarefa com maestria, beirando a perfeição. Queria eu ter vivido para poder ver jogadores como Cruyff, Maradona e Pelé em ação. E espero que quando eu for mais velho, possa falar com orgulho de um extraordinário jogador, Messi, que está à beira de passar a frustrante linha que separa os bons jogadores dos verdadeiros craques.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

laranja mecânica?

Faz tempo que eu queria escrever sobre essa seleção. Na véspera do jogo de estreia da Holanda na Copa do Mundo, acho que chegou o momento apropriado.

A Holanda é uma das seleções do mundial, ao lado de Uruguai e Inglaterra, que jogam pelo passado. Jogam por sua história. Jogam para relembrarem momentos gloriosos de suas respectivas seleções, que há muito não brilham como antigamente.

Muito mais a Holanda. Os holandeses carregam consigo o incômodo de nunca ter conquistado um Mundial, tendo na Eurocopa de 1988 sua principal (e única) conquista. Os mais antigos falam da máquina que era o Carrossel Holandês de 1974, comandado por Cruyff. O debut do Futebol Total, como o próprio Johann Cruyff viria a dizer em seu livro.

Uma curiosidade: a Copa de 1974 foi a primeira com transmissão ao vivo e em cores ao Brasil. Assim, aquela seleção laranja berrante destoava das demais. Surgia a Laranja Mecânica. Hoje, com as transmissões em HD, e em alguns lugares até em 3D, o Laranja pede para voltar aos tempos áureos e enfim comemorar o título mundial que escapou em 74 e 78.

Time eles tem. Sneijder, Van Bommel, Robben e Van Persie são jogadores que atuaram em alto nível na última temporada. Somando as lembranças dos craques do passado com os bons jogadores do presente, a Holanda volta a sonhar alto com uma Copa do Mundo. Agora só falta mostrar em campo o bom time que tem no papel.

domingo, 13 de junho de 2010

jogo pra quem gosta de futebol!

A melhor partida até agora na Copa do Mundo. Alemanha x Austrália. Esse sim foi um jogo digno de Copa do Mundo, esse sim foi um jogo digno de um campeonato com as melhores seleções do Planeta. Todos esperavam uma boa estreia da seleção alemã, com sua equipe forte e de tradição em Copas. Mas não esperavam tanto. Não esperavam 4x0. Tudo bem que foi contra a Austrália, uma seleção limitada tecnicamente, e conhecida por utilizar bastante sua força física, mas a Alemanha fez seu papel, e o fez muito bem. Organizada taticamente, rodando a bola em campo, com maior posse de bola, passes "no pé" e controle da partida. Colocou a seleção australiana "na roda". O resultado do jogo mostra a grande qualidade dessa seleção da Alemanha: o ataque. Logo no início da partida Lukas Podolski solta a bomba e abre o placar. Miroslav Klose, que marcou o segundo gol do jogo, aos 31 anos pode se tornar o maior goleador das Copas, título que atualmente pertence a Ronaldo Fenômeno. O atacante alemão tem 11 gols marcados em Copas e se marcar mais 5 toma o título do Fênomeno, o que me parece não ser tão difícil depois da partida desse domingo.
Os outros dois destaques foram o meia Müller, que deu o passe para o gol de Podolski e marcou o terceiro, e Özil, atacante rápido, inteligente e habilidoso, não marcou na partida mas é promessa e pode ser o grande nome da Alemanha nessa Copa.
E adivinha com o que o chocolate alemão ficou completo? Cacau, claro. O brasileiro naturalizado alemão, entrou no segundo tempo e fechou a goleada em 4x0 e deixa claro que a Alemanha vem atrás da taça e vai incomodar bastante na Copa da África do Sul.
É esse tipo de jogo que eu quero ver, isso sim é Copa do Mundo amigo!

sábado, 12 de junho de 2010

senta e aplaude!

Tempos sem vir aqui, mas nada melhor que retornar falando sobre a Copa do Mundo. Peço perdão aos compatriotas, torço pro Brasil e acredito no hexa campeonato, mas meu primeiro post sobre a Copa na África do Sul será sobre a Argentina. Ou melhor, sobre um argentino: Lionel Messi. Depois de assistir a estréia da Argentina contra a Nigéria venho aqui pra falar sobre esse gênio do futebol. É impressionante a habilidade, velocidade, agilidade, versatilidade e raciocínio desse jogador. Quando a gente pensa que ele vai dar uma adiantada no toque, ou conduzir a bola um pouco mais, a pelota já está voando em direção ao gol. Quando a gente pensa que ele está no meio campo, ele já está na área pra receber a bola. Adora o “toca e me voy”. Pode não ter marcado gol nessa partida e errado algumas vezes, mas é gritante o destaque do canhoto no time argentino. Eu aposto que Lionel Messi será, se não o maior, um dos maiores nomes dessa Copa do Mundo. E para os críticos que dizem que ele só joga bem com a camisa do Barcelona eu digo: “Senta e aplaude fera”.

Fica o meu desejo de boa Copa à todos, que tenhamos bons jogos, belas jogadas, belos gols e muita emoção. E como boa brasileira: VAMO QUE VAMO BRASIL!

terça-feira, 8 de junho de 2010

é amigo, agora é Copa do Mundo.

Já diria o grande Fernando Vanucci, no longínquo dia 9 de julho de 2006: "É hora de reformular, mudar, ou mudar de vez. Copa 2010, África do Sul é logo ali."

O tempo passou, 2010 chegou e a seleção mudou. Do grupo que ficou marcado pelo fracasso em 2006, somente 8 jogadores permaneceram: Julio César, Gilberto, Lúcio, Luisão, Juan, Gilberto Silva, Kaká e Robinho. Sem a badalação do grupo da última Copa, sem o "Quadrado mágico", o Brasil chega muito contestado para a Copa do Mundo. Levando em conta a campanha da seleção entre 2006-2010, essa contestação chega a parecer birra com o Dunga.

O Brasil, mesmo com a reclamação de boa parte da torcida e a polêmica convocação do Dunga (deixando de fora alguns queridinhos-da-mídia), vem atuando bem. Conquistou a Copa América, a Copa das Confederações e venceu fortes seleções durante o período pré-Copa do Mundo, como Argentina, Itália e Portugal. Pode não ser um futebol bonito de se ver, mas que está dando resultado, está. E no final das contas, é o resultado que importa. Futebol bonito só vai servir para garantir o prêmio de Seleção mais divertida, que será escolhida pelos internautas no site da Fifa.

Já a Espanha chega, hoje, como a maior favorita para finalmente levantar a Copa do Mundo. Depois de conquistar a Eurocopa em 2008, com vitória de 1 a 0 contra a Alemanha, a Fúria chega à África do Sul com a missão de apagar a impressão de seleção que chega forte, mas tropeça em mundiais. Dois dos jogadores da meia cancha espanhola seriam, hoje, titulares em qualquer seleção do mundo: Xavi e Iniesta. Olho neles, especialmente no primeiro.

Argentina, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Portugal são outras das seleções que chegam entre as principais candidatas ao título, mas ainda estão um pouco abaixo de Brasil e Espanha. Além de algumas delas sofrerem com problemas de lesão, que tiraram importantes jogadores como Rio Ferdinand, Arjen Robben (que ainda se recupera de lesão), Andrea Pirlo (que também faz tratamento intensivo para poder estar em campo) e Nani.

Agora é esperar até às 11:00 de sexta-feira para conferir o jogo de abertura entre os Bafana-Bafana (vulgo África do Sul) e México. Preparar os petiscos, gelar a cerveja e preparar os ouvidos para aguentar Galvão Bueno e, de brinde, as vuvuzelas.

Só esperamos que o desfecho dessa história não seja, novamente, uma aparição de Fernando Vanucci alterado, comunicando um título de uma seleção estrangeira.

Pra cima deles, Brasil.